Como a depressão afeta nossa percepção de nós mesmos.
A Espiral de Negatividade e Baixa Autoestima na Depressão
Sentir-se inútil é um sintoma complexo e profundamente enraizado da depressão, conforme descrito na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V). Durante a depressão, nossa atenção se fixa em informações negativas, negligenciando os aspectos positivos da vida. Gollan et al. (2016) destacaram essa tendência, especialmente em relação a informações emocionais. Essa fixação nos negativos reforça um ciclo vicioso de memórias negativas e baixa autoestima.
Raciocínio Emocional e Depressão
A terapia cognitivo-comportamental aponta para o “raciocínio emocional” como uma armadilha comum na depressão. Esse processo faz com que nossos humores distorçam nossa percepção da realidade, levando-nos a acreditar que nossos sentimentos negativos refletem quem realmente somos.
A Armadilha da Equivalência Psíquica
Na terapia baseada na mentalização, a equivalência psíquica ocorre quando confundimos nossos pensamentos com a realidade absoluta. Na depressão, isso pode se manifestar como um viés de confirmação, levando-nos a acreditar que os outros também nos desvalorizam. A interação com as mídias sociais, conforme observado em um estudo com mulheres universitárias (Sabik et al., 2020), pode exacerbar esse problema.
Por Que Isso Importa
Reconhecer esses padrões é crucial. Não somos lixo; temos valor intrínseco. A baixa autoestima pode levar a comportamentos autodestrutivos e impedir nosso progresso em direção às aspirações de vida. Entender e enfrentar esses sentimentos pode abrir caminhos para uma vida mais plena e satisfatória.
Desafiando a Depressão: Passos Práticos
Se você está lutando contra a depressão e sentimentos de inutilidade, considere:
- Procure as Evidências: Liste as evidências que suportam ou contradizem suas crenças.
- Lembre-se das Variações de Humor: Seus sentimentos podem mudar, especialmente se estiverem ligados a um episódio depressivo.
- Pergunte aos Outros: Desafie suas suposições perguntando diretamente às pessoas envolvidas.
- Busque Apoio: O apoio pode vir de amigos, familiares ou profissionais, como terapeutas cognitivo-comportamentais ou de mentalização.
Conclusão
Lembre-se: se você se sente um lixo, saiba que há esperança. Você é valioso, e a maneira como você se vê pode mudar. A jornada rumo à autocompreensão e ao amor-próprio pode ser desafiadora, mas é incrivelmente recompensadora.
Referências
- Beck, JS (2020). Terapia Cognitivo-Comportamental (3ª ed.).
- Gollan, JK, et al. (2016). Jornal de Terapia Comportamental e Psiquiatria Experimental.
- Marques, C., et al. (2021). Distúrbios Alimentares e de Peso.
- Nilsson, M., et al. (2022). Psicologia Clínica e Psicoterapia.
- Sabik, NJ, et al. (2020). Papéis sexuais.
- Xavier, A., et al. (2017). No Fórum de Cuidados Infantis e Juvenis.